sábado, janeiro 8

Epitáfio

            Era dia, e ainda não havia saído da cama. Pensei em abrir os olhos, mas, o medo de enxergar uma manhã maravilhosa que nunca havia visto prevaleceu, não abri. Pensei em me levantar, não levantei. Pensei em pensar, logo pensei em tudo que passei durante meus 17 anos de vida, quer dizer, hoje, 18 anos de vida.
            Lembrara que nunca havia feito uma loucura, na verdade, a única considerada loucura para ele teria sido aquela noite na qual saiu escondido de casa para a festa de novos amigos e que lá conheceu, sentiu e experimentou a curiosa, famosa entre seus amigos, de olhos incrivelmente verdes e odiados pelos seus pais, Mary Jane. Cheguei em casa, já era dia. Fui para o meu quarto e comecei a ver tudo rodar, as idéias que sua mente processava lentamente. De repente, a mãe superprotetora bate na porta chamando-o para ir ao colégio. Levantei e fui.
            Chegando lá, as novas amizades que havia feito na noite anterior os esperaram para uma nova aventura. E ansiosamente, topei em ir para  a humilde casa de um dos seus novos amigos, só para ver Mary Jane mais uma vez. Estava com vontade de senti-la em meus lábios novamente, e então, resolveu faltar à aula para ver seu novo caso de amor. Quando chegou à humilde casa de um de seus novos amigos sentiu o perfume e logo viu a beleza de Mary Jane sentada no sofá, e então seus lábios se juntaram aos dela delicadamente. Quando percebi, já estava tarde. Correndo para chegar em casa, lembrei do dia maravilhoso que passei com ela.
            O desejo de vê-la era grande, os riscos também. A mãe superprotetora já desconfiara que o filho estivesse se envolvendo com algo ou alguém; recebeu ligações do colégio, as baixas notas do filho, inúmeras faltas e reclamações. Resolveu conversar com o filho, mas, nada adiantou.
            Sentia-me feliz ao lado dela, nada mais me importava. Vendi tudo o que tinha e não tinha para satisfazê-la, deixa-la mais feliz e sempre perto de mim. Todas as vezes que nós nos encontrávamos ela dizia; pare, pense brise e relaxe. E foi assim que ela me dominou. O prazer era tanto que não dormia em casa fazia cinco dias.
            Voltei para casa, não era mais o mesmo. Deixei o cabelo crescer, a barba por fazer, emagreci e envelheci. Minha mãe superprotetora olhava desesperadamente para minha face e chorava, pois não queria Mary Jane em minha vida. Pois bem, conversamos, resolvemos nos abraçamos fortemente e sai de casa, para não voltar.
            Vivendo uma completa fantasia com Jane, esqueceu de suas responsabilidades e pendências que havia no mundo real. No dia seguinte, ainda não havia saído da cama. Pensou em abrir os olhos, mas o medo de enxergar sua ultima manha maravilhosa que nunca havia visto prevaleceu, não abriu. Pensou em pensar, logo relembrou o tudo que passara durante seus 17 anos de vida, quer dizer, hoje, faria 18 anos de vida. Quando a coragem surgiu, logo abri os olhos; enxerguei o estrago que fiz as dívidas por ela no qual terei que pagar com a vida, tudo por ela. Agora que não estou mais aqui, ela procura outro alguém. Fui apenas um de muitos que vieram e virão. Fui apenas um refém de sua prisão hipnótica. Fui apenas um brinquedo. Fui apenas um viciado.

Escrito por : Juliene Xavier 

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